Estarão os nossos filhos mais felizes em casa com a família ou numa escola socialmente distante?

Cada um falará por si, do seu ponto de vista. Esta é apenas a minha reflexão porque este não deixa de ser o meu espaço de partilha. Chamemos-lhe um desabafo de mãe e Educadora... 

Todos os dias há alguém nos meios de comunicação social a alertar para o facto das crianças precisarem de regressar à escola urgentemente, porque precisam de estar com outras crianças. Mas, a que tipo de escola pretendem regressar? 

À escola que implementa o distanciamento social? Ou seja, não favorece a socialização... 

À escola que criou a "bolha", impedindo que contactem com crianças de outras turmas?

À escola asséptica, que retirou materiais que sempre foram de partilha?

À escola em que os adultos estão sempre de máscara e as crianças nem lhes conhecem o rosto?

À escola que recomenda o uso das máscaras a partir dos 6 anos? (E não me venham com os exemplos asiáticos que eu sempre fui ocidental e não estou disposta a mudar).

À escola que transmite uma falsa segurança aos pais, pois nos refeitórios se juntam às dezenas ou centenas sem máscara, partilham as mesmas casas de banho e se juntam em espaços interiores nos tempos de chuva? 

À escola do álcool gel?

À escola-hospital que soa um alarme caso alguém tenha uma temperatura ligeiramente mais alta? 

À escola que anuncia testes para pessoal docente e não docente, (que são aqueles que implementam todas as medidas enquanto o grosso da comunidade escolar, os alunos, não usam máscaras ou as usam indevidamente) para, mais uma vez transmitir uma falsa segurança aos pais, ignorando a transmissão entre pares?

Não é esta escola que faz as crianças felizes! Há docentes com mais sensibilidade que outros para as necessidades das crianças, dos alunos... Uns cumprem o protocolo à risca e o protocolo ignora tudo aquilo que têm vindo a apregoar que a escola faz, a socialização. 

Eu quero um regresso a uma escola minimamente sociável e se para isso é preciso aguardar mais umas semanas em casa, que assim seja. É que por cá, a criança está feliz e pelo que vejo e sei, os meus alunos também! 

Em casa não usam máscaras, não estão limitados no uso de brinquedos nem ao acesso ao exterior. Continuam a poder caminhar lá fora, dar um passeio, aproveitar a natureza! E uma coisa muito importante que é poder passar tempo com os pais. Há tantas crianças felizes por terem essa oportunidade! 

Abram os restaurantes (que levam muito menos gente que as cantinas das escolas e cumprem o distanciamento), os cabeleireiros, as livrarias, retrosarias, os serviços e outras lojas pequenas. 

Deixem a escola para o fim, reduzam o número de alunos por turma no próximo ano. 

Não estou de todo a defender o E@D mas é um mal menor se for em doses adequadas. Por favor, deixem de usar as crianças como escudo dos interesses dos adultos... 

Nota: As escolas sempre se mantiveram abertas para crianças que de alguma forma necessitam de apoio presencial, quer seja alimentar, social ou educativo.