"Não" às horas de trabalho extraordinário das crianças!!

Porque existe vida para além da escola, as crianças têm direito ao seu descanso e ao tempo para dedicar aos seus interesses! 

Será assim tão difícil de perceber que as crianças podem aprender de formas diferentes? Em locais diferentes? Com pessoas diferentes dos Professores e Educadores? 

Será difícil de compreender que podem aprender conteúdos diferentes daqueles que alguém, num ministério, escolheu para integrar um programa? 
Que podem estar motivados para aprendizagens que podem potenciar investigações mais aprofundadas e resultar em conhecimentos superiores ao que lhes está a ser imposto? 


Em pleno século XXI continuamos com um modelo de escola que faz "tábua rasa" às crianças que entram na escolaridade obrigatória. Uma escola que até tem que ditar quando é que as crianças devem aprender a andar de bicicleta 🙄... Mas que não lhes dá tempo!! 

É triste, como mãe e como Educadora, observar o gradual desinteresse por um local que deveria ser de felicidade e entusiasmo. A Educação pré-escolar caminha no respeito pela individualidade da criança, pela valorização das competências individuais de cada um. E depois? Depois, na maioria das escolas, são todos tratados por igual! Mas desengane-se quem acha que tratar por igual é promover a igualdade. A igualdade obtém-se através da equidade, através do respeito pelas diferenças de cada um. 

Os alunos, as crianças, continuam (na maioria das escolas) a ser avaliados por testes padronizados, que avaliam aquilo que não sabem e valorizam-se umas áreas de conteúdo relativamente a outras. As artes, os conhecimentos sobre o meio e a educação física são habitualmente os parentes pobres das áreas de conteúdo. 

É a velha história do peixe que vai ser avaliado pela forma como consegue subir às árvores... E por me lembrar dessa história, esta breve selecção de imagens serve para ilustrar que por muitas habilidades motoras que uma criança de 7 anos possa ter adquirido, vai ser aferida pela sua competência em... Saltar à corda. 

E não, não estamos todos a criar crianças "totós"... Só não lhes estamos a dar tempo suficiente para que se desenvolvam plenamente. Não os estamos a deixar ir para o exterior. Não lhes estamos a dar tempo para brincar!

Não estamos a considerar que, no mínimo, as crianças do 1° ciclo passam 8h na escola, 6 das quais em atividades dirigidas. E no fim do dia, muitos professores ainda lhes enviam trabalho extraordinário (TPC), em forma de "ficha" como se "mais do mesmo" fosse promover alguma melhoria. Pior ainda é que esta prática aumenta quando chegam às férias escolares. Uma interrupção lectiva deveria permitir, no mínimo, que as crianças tivessem outras experiências, não escolarizadas. 



Por favor, deixem as crianças e as famílias em paz! Não ao trabalho extraordinário das crianças! 

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