Conciliar o teletrabalho com a educação de uma criança pequena sem ligar a TV!

À medida que o tempo foi passando, fomos encontrando o nosso próprio ritmo e adaptando as rotinas às necessidades de todos. Por motivos de saúde (preventivos), continuamos confinadas maioritariamente a casa. 

Já não vamos às compras desde Março, continuamos a fazer os nossos passeios ao ar livre, perto de casa, actividades no exterior (jardim de casa) e convivemos apenas com os familiares mais próximos. A actividade física moderada, saídas ao exterior e contacto com os avós é crucial para um desenvolvimento saudável a todos os níveis. 

Mantemos o isolamento/afastamento social e apesar de ter apenas 5 anos, a pequena usa máscara quando necessário e já percebeu a importância do afastamento social nos dias que correm.

Desde o nascimento, nunca usamos a TV como "babysitter" e faz-me alguma confusão que agora se valorize tanto a transmissão de conteúdos educativos através deste dispositivo ou de um ecrã de computador. 

Só durante a quarentena começamos a permitir o acesso ao computador e a um telemóvel antigo que tem alguns jogos. As mudanças de humor foram notórias após os jogos no telemóvel e por isso ficou com utilização limitada de um carregamento de bateria semanal. 

Cá em casa, optamos por conciliar o teletrabalho com a educação da pequena realizando a maior parte das tarefas no computador (começando bem cedo), muito antes de ela acordar. Assim, conseguimos ter algum tempo e disponibilidade para ela.  

Envolvemos a miúda nas tarefas domésticas e ela adora fazer parte de tudo! Ajuda a separar roupas para lavar, a pôr a mesa, preparar o almoço, a limpar, a arrumar, a separar o lixo... 

Também pode brincar com o que quiser e há momentos em que pode ver um ou dois dos seus programas de TV preferidos (que escolhe previamente), pois fazem parte dos seus interesses. Durante esse período confesso que aproveito para trabalhar de novo no computador ou para fazer as formações online. A única diferença é que desta vez é na mesma divisão da casa. Na verdade, não temos uma rotina rígida definida, é mais um... Vamos indo e vamos vendo.

Existe sempre um tempo de intervalo, para um lanche, para dar um mergulho, para jogar qualquer coisa... 



Às vezes fazemos um trabalho mais orientado mas nem sempre. Na verdade, a TV não domina a maior parte do nosso tempo (pois a pequena consegue envolver-se facilmente noutro tipo de tarefas e brincadeiras) e o que realmente faz diferença na educação é o envolvimento pessoal e a relação que se estabelece. Mais importante do que a mera transmissão de conteúdos, é o modelo que lhes oferecemos.

Custa-me perceber que existam famílias que seguem à risca as indicações de algumas escolas, que "colem" os filhos num ecrã e achem que eles têm que aprender tudo o que lhes enviam, porque na verdade, não estão a olhar para a criança, nem para os seus interesses ou os das famílias. Estão a cumprir um curriculo cego.

Por cá, somos assim e tem funcionado mas cada família saberá o que é melhor para si.

Comentários

Por cá é parecido. É e sempre foi. Podia usar a sua descrição não fosse a parte em que não estou em teletrabalho porque já antes da pandemia o meu trabalho principal era cuidar dos filhos e da casa. Fi-lo por opção. O meu filho de 8 anos, a frequentar o 2 ano, gostou imenso deste modelo de ensino e poucos programas de estudo em casa na TV viu. A minha filha de 4 anos não quis regressar ao jardim de infância. Sempre brincaram muito, as actividades por cá são livres, mais de 90%. Ajudo no que precisam mas minimizo actividades orientadas. A aprendizagem funciona melhor quando optam em função das suas motivações. O mais velho via algumas coisas na escola virtual, fazia as propostas que a Professora apresentava e participava nas reuniões 3x por semana, 1h cada no máximo. E quando se aborrecem e têm de descobrir novas formas de se encantarem? O tempo de TV e outros ecrãs cá em casa diminuiu até em tempo de pandemia. E é fantástico ver como aprendem com pouca orientação, usando os brinquedos, as brincadeiras, os livros e tudo o que têm disponível.
Por cá é parecido. É e sempre foi. Podia usar a sua descrição não fosse a parte em que não estou em teletrabalho porque já antes da pandemia o meu trabalho principal era cuidar dos filhos e da casa. Fi-lo por opção. O meu filho de 8 anos, a frequentar o 2 ano, gostou imenso deste modelo de ensino e poucos programas de estudo em casa na TV viu. A minha filha de 4 anos não quis regressar ao jardim de infância. Sempre brincaram muito, as actividades por cá são livres, mais de 90%. Ajudo no que precisam mas minimizo actividades orientadas. A aprendizagem funciona melhor quando optam em função das suas motivações. O mais velho via algumas coisas na escola virtual, fazia as propostas que a Professora apresentava e participava nas reuniões 3x por semana, 1h cada no máximo. E quando se aborrecem e têm de descobrir novas formas de se encantarem? O tempo de TV e outros ecrãs cá em casa diminuiu até em tempo de pandemia. E é fantástico ver como aprendem com pouca orientação, usando os brinquedos, as brincadeiras, os livros e tudo o que têm disponível.

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