"Raisparta" a bolha!


Já aqui referi anteriormente que pertenço a um grupo de risco (e continuo a pertencer). No entanto, os tempos mudam e nós mudamos com eles... Sou Educadora e o meu trabalho só se pode fazer presencialmente, pois é relacional, é um trabalho de afectos e de extrema importância na formação da personalidade dos adultos do futuro. 

Desde que esta pandemia começou, acho que todos nós já tivemos oportunidade de ir conhecendo um pouco mais sobre este vírus, que continua a ser, maioritariamente, uma interrogação. No entanto, temos que conviver com o Covid19, quer queiramos, quer não! 

Fomos apanhados de surpresa em Março e cada um reagiu de forma diferente. Confesso que deixei de ver noticias sobre "a coisa", na televisão (o que foi benéfico) e procurei resguardar-me a mim e à minha família durante esses primeiros tempos, sobretudo depois da perda de um familiar, evitando contactos fora do núcleo próximo, idas às compras (fazendo com que as compras venham até nós) e tendo o cuidado de manter alguns procedimentos tais como zona de descontaminação à entrada de casa, desinfecção frequente de mãos, uso de máscara... E sim, a minha filha usa máscara em espaços fechados quando necessário, sempre sob a nossa supervisão. E não, não concordo com o seu uso na escola! 

Para bem da sanidade mental (pelo menos da minha) achei por bem que devia encontrar uma forma de lidar com o vírus sem que fosse necessário tornar-me uma eremita, até porque cá em casa ambos precisamos de continuar a trabalhar para viver. 

Os tempos mudam e nós mudamos com eles, procurei mobilizar a minha capacidade de resiliência para que a vida se fosse lentamente aproximando novamente da (nossa) normalidade, que por acaso não foi assim tão diferente da do confinamento, à excepção das visitas a casa dos avos, que durante aquele período deixaram de ser presenciais e eu deixei de ir às compras e outros espaços com aglomerados populacionais. 

Se inicialmente não regressei ao ensino presencial, por questões de saúde preventivas, não deixei de procurar aconselhamento médico da especialidade para que o regresso se tornasse uma realidade. Se pudesse optar entre o E@D ou a baixa, escolheria a segunda hipótese neste momento... 

Há casos em que talvez o regresso ao ensino presencial não possa ser uma possibilidade e por isso tenhamos respeito pelos colegas que se encontram em situações delicadas ou com medo. 

Acredito que um professor que vai para a escola com medo será tão prejudicial para a saúde mental dos seus alunos / crianças como aqueles que vão sem medo nenhum e desvalorizam os cuidados básicos de prevenção (achamos nós que são preventivos)... 

As (des)orientações que nos chegam do ministério da educação e DGS não passam disso mesmo e entre muitas das medidas, a "bolha" faz-me alguma confusão pois vamos ter muitas crianças que durante o tempo em que permanecem na escola apenas poderão contactar com as crianças da sua turma. 

No entanto, nada nos garante que essas crianças não frequentem outros espaços com outras crianças tais como ATL's, aulas de música, de ballet, de ginástica, de natação, de karaté, entre outras. Outras têm irmãos, amigos e vizinhos com quem brincam, em diferentes turmas e escolas. 

Por isso, deixem as crianças em paz, sem máscara na escola (mais do que nunca, precisam de oxigenar), deixem-nas brincar umas com as outras, crescer sem medos e tenhsmos fé, acreditando que tudo vai correr bem, "sempre que possível" ❤️🌈. 

E esqueçam o raio da "bolha" porque afinal... Ninguém vive apenas em bolhas dentro da escola! 

As únicas bolhas que podemos garantir, são as de sabão! 


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