Ser Educadora de risco em tempo de pandemia...


Em Junho não regressei à escola! Apelidei de "Covidiotas" aqueles que diziam não ter medo vírus, que até olhavam de lado quem usava máscaras, blá, blá, blá... Podem ver num dos posts anteriores. No entanto, fui-me preparando para um  regresso presencial.

Consultei um médico da especialidade (que em junho não estava disponível), tomei vacinas, comprei máscaras, desinfectantes e voltei à escola com alguma noção da realidade. E a realidade baseia-se no factor "sorte", estilo roleta russa. 

Se continuo com medo de ficar infectada? Claro que sim! Mas eu sou feliz no meu trabalho! Também não é por existir a possibilidade de ser atropelada ou de ter um acidente, que deixo de sair à rua. 

Sabemos mais agora do que em Março ou Junho! 

Muitos dos "heróis Covidiotas" de Junho, os mesmos que me inspiraram na altura, parecem estar agora a "panicar". Agora, que perceberam a dimensão das coisas sem se terem prevenido antes. 

Tenho observado exageros em coisas tão simples e normais como deixar que as crianças brinquem umas com as outras, querer impor o uso de máscaras a crianças pequenas (cujo mau manuseamento seria mais prejudicial que benéfico) e abusando do uso excessivo de álcool gel. 

Ora, eu tenho a noção de que corro grandes riscos, mas não vou deixar de dar colo e mimo às crianças, que contam comigo para crescerem felizes na escola, num ambiente normal. 

Não vou permitir que os meus medos afectem a saúde mental das crianças ou que interfiram nos seus processos de socialização.

É importante ter alguns cuidados de higiene e transmitir a sua necessidade de aplicação aos mais pequenos mas com moderação e de forma razoável. Temos uma cabeça para pensar e não para seguir cegamente todas as regras impostas!

A vida não é feita de bolhas nem de ambientes assépticos. A vida é feita de interacções, de sensações e experiências. Se temos que usar uma máscara para proteger os mais pequenos, que assim seja. Que até lavemos mais vezes as mãos mas convém evitar extremismos, quer de um lado, quer do outro. 

Nem todas as febres são COVID, nem todas as pessoas desenvolvem sintomas e por isso nunca sabemos verdadeiramente os riscos que corremos. 

Já percebemos que vamos ter que conviver com o vírus. Normalidade precisa-se! 

Comentários

Unknown disse…
Concordo piamente 👌

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