Entre mimos e brincadeiras!

Nunca fui contemplada com uma aparição divina!  Daquelas que todos já ouvimos falar, sabem? Aquelas que acontecem à sombra de uma árvore ou aparecem numa borra de café... Talvez eu não mereça, talvez não existam... Não sei, nunca vi!  Também não consigo perceber ou falar de Deus naquele tom angelical, calmo e sereno (ou em tom de piedade bacoca) que frequentemente se ouve pelas igrejas, repletas de gente que se acha o exemplo a seguir, ou "cristão modelo" (se é que isso existe)... Bem, que se acham a  última bolacha do pacote. Outros, que seguem e cumprem tudo sem questionar (às vezes só lá vão para ver as modas e ouvir a música) porque "sempre foi assim"... Não tenho perfil para fazer de conta que sou alguém que não sou, para fingir que gosto quando não gosto ou de marcar presença física quando a mente não quer lá estar.  Talvez seja por isso que cada vez me sinto mais distante dessa realidade, da Igreja tradicional. A minha mente fervilha de ideias, opiniões, refl

Hoje foi dia de visitar a exposição itinerante mais esperada do ano!  Fã incondicional de SpongeBob, a pequena adorou todas as obras expostas.  Foi uma excelente oportunidade para rever obras famosas e conhecer outras, com o toque especial das personagens preferidas...  Obrigada Nickelodeon, só faltou mesmo o encontro com o SpongeBob...  Quem sabe, numa próxima 😉 *Onde? No Porto, no piso 1 do shopping Alameda, junto ao estádio do melhor clube do mundo!! *Até quando? 6 de Novembro... *Entrada gratuita 

Chegaram as tão esperadas férias e com elas o desejo de desligar da rotina. Não procuramos um resort de luxo, nem um local com animação noturna ou cheio de gente...Estivemos algures pelos montes de Montalegre, rodeados de paz, natureza e vida selvagem. Monte acima, monte abaixo, por entre bosques encantados, animais selvagens e riachos gelados, caminhamos os três. Os cheiros, as sensações, emoções e limites do corpo não se podem aprender através de livros, filmes ou relatos de terceiros. Há coisas que não se aprendem na escola e precisam de ser vividos na primeira pessoa. A vida é demasiado curta para ser desperdiçada, aproveitemos todos os momentos para usufruir plenamente deste dom. Boas férias! "Nature is not a place to visit. It is home." Gary Snyder  in (How to raise a wild child)  

Há uns tempos, a pequena questionou-me sobre a origem de alguns produtos, se alguns animais eram maltratados ou usados na sua preparação e se eram poluentes.  Penso que a conversa sobre os animais foi algo que ouviu de outras coleguinhas, sobre maquilhagem, pois nunca foi um tema abordado em casa. Confirmei-lhe que sim, a crueldade com os animais era verdade mas que existem alternativas, assim como produtos que são feitos de matérias primas naturais e embalagens mais amigas do ambiente.  Sinto que estou a criar uma pequena ambientalista... Desde então, confirma nas embalagens a origem dos produtos 😅 Estas foram as nossas escolhas! A consciência ambiental está nos pequenos detalhes, nos hábitos diários. Se cada um fizer a sua parte, reduzindo, reutilizando, reciclando e reduzindo os químicos, o mundo ficará de certeza um pouco melhor 💚

Na maioria das vezes, não precisamos de muito para proporcionar experiências únicas aos nossos filhos. Nas redes sociais vão surgindo ambientes preparados sobre algum tema, com livros, jogos e actividades muito bem organizados em prateleiras meticulosamente decoradas para trabalhar um tema. Embora o faça de tempos a tempos, gostaria de partilhar convosco que há outras formas mais simples e mais ricas de conhecer mais sobre determinado tema/assunto/interesse. Voltando no tempo à minha formação de base, recordo o lema do percursor da pedagogia de projecto,  Jonh Dewey - "Learning by doing". Esta visão educativa, que tanto marcou o meu percurso pessoal e profissional, continua a fazer-me todo o sentido na medida em que continuo a acreditar que a criança deve interagir com o ambiente para se adaptar e aprender.  Ao integarir com o meio, resolvendo problemas que se colocam, a criança (e o adulto também), vão  gradualmente  adquirindo  mais competências nos diversos domínios de de

Há já muito tempo que queria escrever sobre a vida das crianças nesta cidade mas depois do que nos aconteceu ainda há pouco, decidi que de hoje não podia passar. Talvez este seja o primeiro post de uma série... (Foto de Maio de 2021) Desde que encerraram os parques infantis com a justificação da pandemia, estes nunca mais voltaram a abrir. Sabe-se que (pelo menos 2) entraram em obras de requalificação, mas desconfio que as crianças do concelho irão passar o verão sem um parque para brincar. Para os que não sabem, os parques não servem apenas para proporcionarmos desafios motores às crianças, são também um local de socialização privilegiado. E já que escrevo sobre isto, espero que na requalificação não se esqueçam das sombras, espaços naturais e espaços para os adultos. Se for necessário posso (continuar a)indicar alguma bibliografia... O maior problema é que, nos espaços adjacentes aos dois parques infantis existentes na marginal de Esposende, o piso de madeira é um "campo minado&

No Facebook da DGS surgiu hoje uma publicação que incentivava o distanciamento físico entre duas crianças pequenas... É de quem não conhece a realidade!  Lamento, mas na minha sala não será possível. É que a educação de infância não se faz à distância, assim como não se faz em e@d.  Possivelmente até já andei ou poderei vir a andar com o "vírus" ao colo, mas jamais serei promotora da distância! Já bastam as máscaras que nos limitam as interacções. Nunca me pareceu razoável um regresso ao ensino presencial, duas semanas antes de uma interrupção lectiva mas já que cá estamos, ficaremos a 100%. Por cá, não faltará colo, nem mimo, nem abraços, nem brincadeiras livres e ao ar livre. Promovemos uma educação ao ritmo de cada um e num espírito de partilha. Seremos sempre promotores de uma educação próxima e com AMOR!

Cada um falará por si, do seu ponto de vista. Esta é apenas a minha reflexão porque este não deixa de ser o meu espaço de partilha. Chamemos-lhe um desabafo de mãe e Educadora...  Todos os dias há alguém nos meios de comunicação social a alertar para o facto das crianças precisarem de regressar à escola urgentemente, porque precisam de estar com outras crianças. Mas, a que tipo de escola pretendem regressar?  À escola que implementa o distanciamento social? Ou seja, não favorece a socialização...  À escola que criou a "bolha", impedindo que contactem com crianças de outras turmas? À escola asséptica, que retirou materiais que sempre foram de partilha? À escola em que os adultos estão sempre de máscara e as crianças nem lhes conhecem o rosto? À escola que recomenda o uso das máscaras a partir dos 6 anos? (E não me venham com os exemplos asiáticos que eu sempre fui ocidental e não estou disposta a mudar). À escola que transmite uma falsa segurança aos pais, pois nos

De um dia para o outro fomos literalmente mandados para casa. Parques fechados, marginais fechadas, visitas aos avós canceladas... Logo no início, a pequena perguntou se podia levar um cão de brincar (daqueles que se vendem nas feiras) à rua. Não temos cão a sério. Dizia ela que ninguém iria notar e assim davamos um passeio. Percebeu que com um cão, talvez tivesse mais oportunidades de circulação.  A verdade é que se escutássemos mais vezes as crianças, compreenderiamos que vivem a um ritmo completamente diferente do nosso. Às crianças, tanto importa aprender todo o currículo do 1° ano ou só metade ou até 1/4 do que alguns adultos decidiram que as crianças deveriam saber em determinada idade. Às crianças interessa a liberdade, o recreio, as brincadeiras! Desafio-vos a perguntar a qualquer criança pequena, o que mais gostam nas suas escolas.  Nós somos daqueles que têm sorte no confinamento, com equipamento lúdico disponível, amplo espaço exterior, entre o rio, o monte e o m

Eu sei que ainda há famílias que se baseiam nos "portfólios" que trazem dos jardins-de-infância para formarem uma opinião sobre o trabalho dos seus Educadores. Há quem compare o número de "fichas" (daquelas modelo standard) 🤢 para perceber se a criança trabalhou muito ou pouco durante esse ano...  Caros leitores (poucos, a contar pelo número de subscritores da página), o  primeiro mito a desvendar é sobre o "trabalho" da criança. O trabalho da criança é brincar! É a brincar que ela aprende tudo aquilo que necessita para se desenvolver na fase em que se encontra. O que pode fazer o Educador? Cuidar do ambiente, enriquecê-lo, trazendo propostas diferentes que permitam possibilidades de exploração concretas, interagir e observar.  Lamento informar que nem todas as aprendizagens se podem guardar num portfólio de trabalhos para que os pais possam folhear no meio ou final do ano. Além disso, é humanamente impossível registar tudo por escrito... Nem

  Os verdadeiros Super-heróis dos tempos modernos são os nossos filhos, que enfrentam o E@D melhor que muitos adultos!  Os verdadeiros Super-heróis são os professores, que fazem o melhor que podem e sabem, para que tudo pareça o mais normal possível. Os verdadeiros Super-heróis, são os pais, as famílias, que procuram ajustar-se às novas regras todos os dias.  Os verdadeiros Super-heróis são aqueles que trabalham para que não nos faltem alimentos, cuidados de saúde, para que haja recolha de lixo... Entre muitas outras profissões.  Os verdadeiros Super-heróis são resilientes e ajudam aqueles que precisam de um incentivo.  Os verdadeiros Super-heróis não desistem, lutam por aquilo em que acreditam!  Os verdadeiros Super-heróis somos todos nós! Liberta o Super-herói que há em ti ❤️

Entramos no último fim de semana antes do início do E@D e esta citação não me sai da cabeça... Quanto mais se fala em aulas síncronas e assíncronas, mais eu penso que mundo precisa é de apreciadores de arte.  Na verdade,acredito que este é um dos maiores desafios da educação nos dias de hoje pois a arte preenche as nossas vidas nas suas mais variadas formas, só que nem sempre as mentes se despertam para parar, para contemplar, para se envolver, para experimentar, para usufruir, para criar... Todas as disciplinas do currículo cabem dentro da Arte. Não seria mais simples motivar as crianças apenas através das suas mais variadas formas de expressão? Porque é que se continuam a compartimentar saberes e a debitar conteúdos de disciplinas como se vivêssemos num mundo de separadores?  É preciso dar tempo às crianças!  E a natureza, essa primeira e mais bela forma de arte, jamais deve ser esquecida ❤️ ou permitir que nos privem de contactar com ela!